Memórias de Verde, Silêncios de Azul

Poemas soltos, por Elsa Braz

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Como as árvores

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«- Fui obrigada a pedir a reforma. A pressão era tão grande que não aguentava mais. Faziam-me sentir uma desactualizada, retrógada, incapaz( de aprender coisas novas, entrar em novos projectos, participar em acções de formação, frequentar cursos). Sempre a mesma desculpa - porque não vais para casa, dá lugar aos mais novos; e não correspondia aos itens da classificação de serviço, subjectivos, arbitrários. Eu que investira a minha vida, tinha armazenado uma fonte de conhecimentos e valores.
Bati com a porta e regressei á vida de reformado. Ainda por cima penalizado pela nova legislação.
Regressei. E aí, constactei que, apesar de muito se ter feito, ainda muito há a fazer sobretudo no sentido de abranger aqueles que têm uma cultura e um nivel intelectual superiores.Poderiam ser mais utilizados,disporem de outras oportunidades para dar, ser util, solidário, mais realizados. Quantos programas de televisão, na rádio, nos meios de comunicação social que podiam ter a participação o intercâmbio dos mais velhos? Quantos cursos de formação, quanto intercâmbio com os jovens?!... Mesmo a nivel da internet, das novas tecnologias. Dão-se computadores ás crianças e aos jovens. Muito bem. Mas quantos «Magalhães ou outro nome qualquer», estão á disposição daqueles que são os alicerces do futuro?
Ser mais velho não significa estar morto. Significa estar de pé. Como as árvores.

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