5 - As mensagens da Inês
«- Avó, porque é que tudo isto se chama Aldeia-lar?»
A Inês, com o braço estendido, abarcava as ruas e as casas que iam despertando, num acenar de palmeiras e buganvílias, escondidas por detrás de portadas verdes, azuis, amarelas e vermelhas.
«- Não é uma aldeia, pois não?»
Enquanto aguardava uma resposta ia lembrando a terra dos avós, lá longe, entre montes e pinhais, com casas simples, o chocalhar das cabras, das ovelhas, em grandes rebanhos, a luta constante na terra, de sol a sol.
«- Isto não é uma aldeia?...» Repetiu.
«- É um sonho. Que se concretizou.»
«- Um sonho?»
A glicínia, já em flor, ia desprendendo pétalas e perfume. Cada vez mais pétalas, que cobriam o chão, enfeitavam os cabelos de quem ia passando.
«- Sabes, Inês, primeiro nasce o sonho. Depois acontece a história. Queres ouvir?»
Retirou as mãos dos bolsos e aproximou-se, curiosa, um tanto incrédula.
Então falei. Precisamente do sonho. Guardado bem no fundo do coração. O sonho, que era alma, vida, saudade. E foi crescendo, crescendo, apesar do tempo, a distancia, o mundo.
A Aldeia. Aquele pequeno lugar que muitas vezes nem sequer vinha no mapa. Onde estavam as raízes, a razão de ser dos afectos, a pureza dos ideais, a força das razões.
Porque não construir uma Aldeia? Lar?
Para guardar projectos, concretizar saudades e esperanças, vidas.
Adormecer cansaços, refazer ilusões.
Um aconchego de asa!...
Para os filhos, os netos, as futuras gerações.
Cada um chamou, então, o outro. O grupo de dois, três, quatro, foi aumentando, aumentando e agora… estás a ver? Cada casa…um sonho. Em cada sonho uma história.»
«- Muito interessante.» Disse a Inês. De imediato tomou a voz e o perfil de professora, a imitar a mãe.
«- E… também têm a festa, as actividades e costumes da aldeia?»
«- Muitas actividades. Passeios, jogos, ginástica, encontros culturais, muitos convívios e imagina tu até cantam as janeiras, de porta em porta. Depois há a piscina de que tanto gostas.»
«- Ah, sim. A piscina. Que pena eu ter a escola, durante o ano!»
A Inês, com o braço estendido, abarcava as ruas e as casas que iam despertando, num acenar de palmeiras e buganvílias, escondidas por detrás de portadas verdes, azuis, amarelas e vermelhas.
«- Não é uma aldeia, pois não?»
Enquanto aguardava uma resposta ia lembrando a terra dos avós, lá longe, entre montes e pinhais, com casas simples, o chocalhar das cabras, das ovelhas, em grandes rebanhos, a luta constante na terra, de sol a sol.
«- Isto não é uma aldeia?...» Repetiu.
«- É um sonho. Que se concretizou.»
«- Um sonho?»
A glicínia, já em flor, ia desprendendo pétalas e perfume. Cada vez mais pétalas, que cobriam o chão, enfeitavam os cabelos de quem ia passando.
«- Sabes, Inês, primeiro nasce o sonho. Depois acontece a história. Queres ouvir?»
Retirou as mãos dos bolsos e aproximou-se, curiosa, um tanto incrédula.
Então falei. Precisamente do sonho. Guardado bem no fundo do coração. O sonho, que era alma, vida, saudade. E foi crescendo, crescendo, apesar do tempo, a distancia, o mundo.
A Aldeia. Aquele pequeno lugar que muitas vezes nem sequer vinha no mapa. Onde estavam as raízes, a razão de ser dos afectos, a pureza dos ideais, a força das razões.
Porque não construir uma Aldeia? Lar?
Para guardar projectos, concretizar saudades e esperanças, vidas.
Adormecer cansaços, refazer ilusões.
Um aconchego de asa!...
Para os filhos, os netos, as futuras gerações.
Cada um chamou, então, o outro. O grupo de dois, três, quatro, foi aumentando, aumentando e agora… estás a ver? Cada casa…um sonho. Em cada sonho uma história.»
«- Muito interessante.» Disse a Inês. De imediato tomou a voz e o perfil de professora, a imitar a mãe.
«- E… também têm a festa, as actividades e costumes da aldeia?»
«- Muitas actividades. Passeios, jogos, ginástica, encontros culturais, muitos convívios e imagina tu até cantam as janeiras, de porta em porta. Depois há a piscina de que tanto gostas.»
«- Ah, sim. A piscina. Que pena eu ter a escola, durante o ano!»